A maior batalha que vivi
Neste momento estou
sentada em minha cadeira, debruçada sobre a mesa, com um lápis em minha mão e
um papel em branco que espera ansiosamente para ser preenchido por minhas
inesquecíveis e incríveis memórias... Lembro-me de um acontecimento lamentável,
o mundo enfrentava uma pandemia global, um vírus que dizimava a população
humana. Países ficaram perplexos sem saber como agir. Presenciamos o sofrimento
de pessoas que não tinham estrutura para se proteger, hospitais com leitos
insuficientes, pessoas guerreando bravamente entre a vida e morte...
O episódio ao qual me
refiro ocorreu no ano de 2020, ano em que eu tinha inúmeras expectativas,
desejos e objetivos, mas aos poucos tudo foi se tornando obscuro. As pessoas
tiveram que se afastar umas das outras para não serem infectadas, profissionais
da saúde deram tudo de si para salvar o maior número de vidas possível,
tínhamos que usar máscaras por toda a parte, e a ciência lutava
desesperadamente contra o tempo para encontrar uma cura...
No entanto, no meio dessa
infindável tempestade, ainda tínhamos uma forma de esquecer temporariamente
essa tribulação... Era bem simples,
bastava apenas que fechássemos os nossos olhos, respirássemos fundo, e
passeássemos pela grande e vasta biblioteca das memórias... Lembrávamos dos
tempos de outrora, das eras passadas, dos inenarráveis acontecimentos de nossas
vidas, sejam eles sozinhos, ou com a família... E isso nos dava força.
O tempo que vivenciamos não foi fácil,
entretanto, nos trouxe inesquecíveis ensinamentos... Por mais obscuro e
tenebroso que tudo fosse, ainda tínhamos uma luz que insistia em nunca se
deixar apagar, essa luz era composta por três elementos: primeiro, a empatia;
segundo, a coragem; e terceiro, a esperança... Por mais que tivéssemos
incontestáveis motivos para deixar essa luz se apagar, a esperança de tempos
melhores que vivia em cada um de nós não deixou de forma alguma que os
empecilhos da estrada da vida nos dessem a palavra final...
O momento que passamos serviu de
grande aprendizado: a família que por diversas vezes foi deixada de lado,
voltou a ser uma prioridade; a educação que antes era vista por muitos como
algo insignificante, retornou como a maior das conquistas; o afeto que por
diversos anos foi tido como sem importância, acabou se tornando a maior dádiva
que desejávamos. Naquela época vivemos tempos difíceis, o número de
contaminados somou milhões e o número de mortes tornou-se uma fúnebre
lembrança, a mais trágica talvez... Acredito que as gerações seguintes foram
lapidadas por este fato histórico, e depois dessa árdua batalha, nós que
continuamos vivos, conseguimos a tão sonhada vitória.
Lembro-me do exato momento em que a
melhor notícia chegou aos meus ouvidos, a vacina tão esperada havia sido
descoberta e era mais que eficiente. Quando a imunização de toda a população se
efetivou as pessoas puderam novamente sentir o tão sonhado e esperado afeto
humano, sentir novamente os abraços, os beijos e os apertos de mão, a
felicidade não cabia em mim, lágrimas de euforia escorriam pelo meu rosto, o
sentimento de vitória e gratidão fluía em cada ser humano que passou, viveu e
venceu a pandemia... Ahhh! No exato instante em que termino de escrever minhas
indescritíveis memórias sinto escorrer pelo meu rosto lágrimas de emoção pelos
instantes vividos, pelos fatos que nunca irei esquecer, pois enquanto eu viver
jamais deixarei de contar às próximas gerações sobre a grande e inesquecível
batalha vivida no ano de 2020.
Texto escrito pela aluna Isabela Vieira Rodrigues, turma 23.01.
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