Em algum lugar do mundo, 28 de julho de 2020


Querido leitor,


    Não sei seu nome e nem onde você está neste momento mas espero que esta carta lhe encontre bem. Que o mundo esteja bem!

   Escrevo-lhe do presente, que na verdade será seu passado, para fazer um relato à respeito da pandemia de COVID-19 pelo qual estamos passando. Presumo que de alguma forma saiba do que irei discorrer.

    Viver em uma pandemia não era algo esperado por nós, todavia, essa é a real e desesperadora realidade. Atualmente, viver em uma quarentena que parece interminável é sufocante e muito cansativo, falar sobre esse momento é delicado e complexo, contudo uma coisa é fato: a sociedade se tornou mais solidária e compassiva.

      Querido leitor, de minha casa agora tudo o que ouço é o silêncio das ruas sem movimento gritando a dor que dilacera os corações daqueles que perderam parentes e amigos. A angústia e a solidão daqueles que estão internados é sentida no âmago de cada um de nós; a dor e a solidão das pessoas que não puderam estar presente para o último adeus de seus entes queridos. 

    Tempos de caos requerem de nós, membros de uma sociedade, um olhar mais humano, de colocarmos no lugar uns dos outros e nos perguntarmos: e se fosse comigo? É saber que a dor das pessoas merecem nosso respeito, pois é quando nos unimos como verdadeiros irmãos em prol de alguém, que praticamos a empatia. É quando a ferida do outro dói em você mesmo estando em outra pele.

     Este momento para nós é marcado, sobretudo, pelas mudanças; de uma hora para outra não podíamos mais encontrarmos com nossa família, visitar os amigos e nem mesmo ter aulas presenciais.

        Por essa razão é que lhes asseguro, nunca foi tão importante cuidarmos uns dos outros, mesmo que à distância, darmos as mãos e juntos, superarmos essa dolorosa fase.

      Diante de tudo que infelizmente presenciei, digo com propriedade que o COVID-19 nos tirou muitas coisas, mas em contrapartida trouxe consigo diversas lições. De como devemos nos preocupar com o próximo; valorizar simples gestos de afeto como um abraço, um sorriso que agora fica encoberto pela máscara.

       Essa pandemia deixará vestígios por toda história, contudo anseio que o que mantenha-se em nossos corações e que dissemine-se para gerações vindouras, seja a empatia de se colocar no lugar do outro e compadecer-se da sua dor e sofrimento. 


                    Atenciosamente,

 Amanda Gomes Silva

 

Texto escrito pela aluna Amanda Gomes Silva.

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